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terça-feira, 18 de janeiro de 2011

A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo - Max Weber

Originalmente, A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo foi publicada no formato de dois extensos artigos, em 1904 e 1905. Neles, Max Weber atribui à civilização ocidental o desenvolvimento cultural da humanidade e fundamenta que o Protestantismo favoreceu o nascimento do capitalismo; pois que o conhecimento da antiga Índia, China, Babilônia e Egito, não tinham as bases matemáticas, físicas e bioquímicas desenvolvidas no ocidente. Destaca especialmente na Grécia a vanguarda em: Filosofia, Matemática e Política; destaca Roma, a lei romana e o direito ocidental por ela influenciado, onde também identifica os germens do capitalismo moderno: o expansionismo, a economia monetária (moeda) e o desenvolvimento econômico. Cita a publicação inédita da Bíblia em alemão, por Martinho Lutero em 1521, e a consequente alfabetização em massa dos protestantes, para viabilizar a livre leitura e interpretação dos textos sagrados, como algo importante contextualmente e que determinou uma vantagem competitiva dos protestantes no mercado de trabalho europeu. No perído pós idade média, ser alfabetizado era um diferencial que o autor frisou. Weber faz uma análise incrível desse contexto, buscando explicações históricas, onde afirma que os mais economicamente desenvolvidos, os mais favorecidos pela situação e recursos naturais, e os das cidades mais ricas, aderiram ao Protestantismo no século XVI. Além disso, descreve detalhadamente as principais correntes protestantes: Calvinismo, Pietismo, Metodismo e os Batistas; colocando a fé reformada do Calvinismo como grande propulsora do desenvolvimento do espírito do capitalismo na Alemanha.
Discorre também acerca de Benjamin Franklin, Adam Smith, Richard Baxter, George Fox, John Wesley e até São Paulo, o apóstolo, com muita propriedade, destacando, que: "Há algo no estilo de vida daqueles que professam o Protestantismo que favorece o espírito do capitalismo... pois que para os protestantes, o trabalho sistemático e contínuo na vocação secular, não só é permissível moralmente, mas é recomendada". A vida religiosa dos santos não era vivida retirada do mundo, em comunidades monásticas, mas em meio ao mundo e suas instituições – conceito de vocação do protestantismo ascético. Assim, Max Weber conceitua muito bem o capitalismo e suas origens; destacando, que o protestantismo ascético e suas máximas sobre a conduta econômica – vocação, liberdade, consumo, comércio e acúmulo de capital – de fato favoreceram o capitalismo. Portanto, A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo é a obra prima de Max Weber e uma das principais publicações do século XX.